L. Szondi


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ENSAIO DE INOVAÇAO

ENSAIO DE INOVAÇÃO

A DIFUSÃO DE SZONDI

Anne Gayral

Húngaro de formação médica, Léopold Szondi especializou-se em neuropsiquiatria.Ensinando psicopatologia, suas pesquisas levaram à hereditariedade e às teorias genéticas. Seu trabalho é essencialmente fundamentado sobre pesquisas genealógicas.

Fundador da psicologia do destino, igualmente denominada "análise do destino" elabora um sistema pulsional e leva ao extremo um instrumento que, inicialmente denominado "diagnóstico experimental das pulsões", foi em seguida, como ocorre com muitos, reconhecido pelo nome do seu criador.

Datando de 1947, como é possível que o modelo szondiano seja pouco conhecido e pouco utilizado? Com efeito a audiência é limitada, mas permanece vivaz.Existem certos centros, dos quais, um de maior reputação, o C.E.P. (Centro de Estudos Patoanalíticos), encontra-se na Bélgica, relacionado à Universidade de Louvain. Na França contamos com o G.E.R.S.A.G. (Grupo de Estudos e de Pesquisas Szondianas para o Aprofundamento da Grafologia); grupos de estudos e de reflexões constituiram-se nas cidades de Dijon e de Besançon.Em Montpellier, o Grupo de Estudos Szondianos vai para o décimo aniversário. A revista Fortuna (17 números publicados até hoje) é testemunha da sua atividade.

Léopold Szondi definiu seu método como "uma experiência que se presta à exploração das constituições e dos mecanismos pulsionais individuais".(L.Szondi,p.23).Teste não verbal, consiste numa escolha de fotografias, sem a necessidade de explicitar suas preferências ou suas rejeições. Pelas preferências do indivíduo, vai exprimir-se a dinâmica pulsional. Esta última é o fruto e a expressão de suas forças e de suas fraquezas. A gestão desta dinâmica informa-nos sobre seus reservatórios pulsionais a que o indivíduo pode apelar e sobre suas potencialidades para utilizá-los.

As fisionomias fotografadas têm por função fazer o sujeito reagir às figuras que exprimem traços particulares e precisos.O modo de ação das fotografias procede do fato de que toda percepção ou representação de um movimento desperta naquele que o percebe a tendência ao mesmo movimento. Cada fácies possui um caráter evocador. O teste segue a exploração desta capacidade de ressonância do sujeito.

Cada fisionomia (refletindo uma entidade psicopatológica ),é considerada como conjunto, em razão do trabalho operado pela enfermidade, torna-se o reflexo do modo de ser particular que invadiu a existência da pessoa. As mesmas tendências estão presentes em todos, mas suas forças relativas e as relações que entre elas as entretêm, variam de um indivíduo a outro, e de um momento a outro na mesma pessoa. A distinção indivíduo doente /indivíduo são efetua-se sobre um plano quantitativo.O termo patologia é empregado quando um domínio pulsional é fonte de tensões e que o eu não exerce mais seu papel de árbitro.

Os diversos aspectos da personalidade são abordados através dos quatro vetores do esquema pulsional szondiano.

Os vetores Sexual (S) e de Contato © revelam os movimentos pulsionais pelos quais encontra-se o mundo investido da maneira a mais imediata (no sentido literal do termo, isto é, sem mediação). Estes vetores, ditos periféricos, traduzem a relação do sujeito com o mundo, por sua vez, enquanto ser sexuado e enquanto ser social. E`a vida de relação direta com as coisas que é concernente.

O vetor Contato (ou Circular) traduz a maneira pela qual o sujeito se conduz no mundo, como ele se mantém sem deixar-se levar pelas sensações que o habitam.É a inserção do indivíduo naquilo que o cerca. E#a relação com os outros, como se pratica. Indica a relação do indivíduo com o mundo, a forma de relação: oral (m) ou anal (d). E# a questão de conservar o que se possui ou de dirigir-se para outra coisa que se coloca no nível do fator d. Pelo lado do fator m, o sujeito reage à necessidade de escorar-se aos objetos para deles retirar prazer e apoio. E#o vetor do ambiente, das sensações, da união com o mundo que o rodeia.

O vetor sexual concerne à relação com o corpo. " As atitudes do sujeito relativas à corporeidade, atitudes que não se tornam sexuais no sentido estrito, a não ser que se combinem aos componentes de outros vetores. E# a mediação do contato tornará esta relação com o corpo intercorporal".(A. De Waelhens,p.309). O fator (h), fator de Eros, rege toda união ou formação de elos; fator de sensualidade, de erotização e de erogeinização do corpo exprime a necessidade de ternura. O fator é responsável pela destruição dos elos objetais. E#o fator geral da atividade corporal, do investimento muscular. Ele acentua a possessão do corpo enquanto objeto.E#o vetor do mundo das percepções.

Os vetores Paroxismal (P) e Esquizofrênico (Sch), chamados vetores centrais, exprimem antes uma interioridade. Manifestam a posição do sujeito em relação às exigências pulsionais que emanam dos dois outros vetores Indicam o modo pelo qual os movimentos pulsionais se encontram retomados e elaborados pelo sujeito sobre uma forma mais interiorizada. Com as tendências pulsionais centrais, o sujeito se protege contra os perigos pulsionais periféricos (e isto será um ponto importante da interpretação) .

O vetor P é concebido por Szondi como um mecanismo de defesa contra os perigos exteriores por uma parte, e contra os perigos interiores, por outra . Informa-nos sobre os elementos constitutivos do con- trole emocional. E# concernente à relação com o próximo, a capacidade de aceitá-lo como singular, seja pela consciência do erro (e); seja pelo que pode comprometer a relação com o outro (hy) : a necessidade de fa - zer-se valorizar aos olhos do próximo, mostrar-se ao outro, esconder-se, dissimular-se. Os fatores e e hy re-metem ao essencial " a uma coletividade humana que instaura regras e leis e organiza por aí, a vida em co-mum dos homens." (M.Legrand,p.71). A pulsão paroxismal intervém no modo de descarga dos afetos.

O vetor do Eu ( Sch) é a instância central; sua elaboração teórica é a chave da cúpula da arquitetura szondiana. Estrutura os outros vetores: ele tem por função elaborar as outras pulsões, submetê-las a seus próprios processos e transformá-las. E# o lugar dos mecanismos da defesa, diante dos perigos pulsionais representados pelos outros vetores, e também, igualmente, face a estes que lhe são próprios. As reações do sujeito neste vetor testemunham uma tendência a exprimir-se através da qual o ego se coloca em relação a ele próprio, quer dizer que ele se constitui e se elabora na interação com o exterior. " A pessoa está aí em jogo dentro do que a constitui como eu e no debate em que ela se engaja sempre com a realidade mesmo quando ela se forma entrando em relação consigo."(M.Legrand, p.74).E#da ordem da dimensão do sujeito.

E#a relação de si para consigo que está colocada, o estilo da pessoa no seu estar-no-mundo, sua expressão mesma. E#o vetor da relação consigo e com a realidade.A função p refere-se ao auxiliar "ser" , ao registro das representações, da representação das suas relações das sua relações com os outros. A tendência k, referese ao auxiliar " ter", tende a delimitar o ego e visa separar. E# a tendência para valorizar, para capitalizar, para transformar. Com referência aos movimentos cardíacos, Szondi falará da egodiástole e da egosístole. O primeiro termo designa a necessidade p que abre no sentido do engrandecimento sem limite do ego; o segundo, concernente à tendência k, dirige-se ao sentido de um retraimento a fim de tornar o ego livre de toda dependência.

Em Sch está a dialética entre a extensão da consciência dos desejos e a função limitativa da tendência k; entre o desejo de ampliação do ego e o do seu retraimento.Esta utilização permite uma posição no valor objetivo das tendências pulsionais a que ela se expõe.Dá uma apreciação do investimento pulsional através da análise interpretação dialética inter e intravetorial. Este teste revela a distribuição quantitativa das tensões de necessidades na personalidade., assim como a maneira pela qual o indivíduo vai tratá-las, gerá-las.Reflete a personalidade como um conjunto dinâmico que sofre constantes e múltiplas variações pela acumulação e a descarga de diferentes tensões de necessidades.

De passagem simples e de cotação relativamente fácil, a principal dificuldade reside na interpretação qualitativa dos resultados. Efetivamente, esta não se apóia sobre uma grade de leitura ou de decodificação como para outros testes, mas repousa sobre uma colocação em concatenação dos diferentes signos obtidos.

A leitura qualitativa recorre ao uso da dialética.

Limitar o emprego do teste de Szondi a um "quadro"patológico seria reduzir as possibilidades que ele oferece.Com efeito, um dos interesses do teste reside no fato de poder seguir uma dinâmica. Nossa utilização do teste Szondi sobre uma população de desportistas, praticantes em elevada altitude,permitiu-nos acompanhar as modificações pulsionais a fio, as transformações fisiológicas do organismo e de ver como cada sujeito, a partir da sua personalidade própria, reagia à transformação ao seu redor e procurava uma adaptação. Forneceu-nos uma "cartografia" das tensões pulsionais e os mecanismos psíquicos empregados pelo indivíduo para lutar contra estes desequilíbrios internos provocados por uma fonte de perigo exterior, na ocorrência , um stress de natureza hipóxica.

Nosso trabalho permitiu demonstrar a sensibilidade do vetor Paroxismal. Isto confirma as hipóteses de Szondi sobre a pertinência deste fator para traduzir o controle emocional.Este vetor é um indicador da regulação emocional , do controle que exerce o indivíduo nas crises com uma situação angustiante que ele não pode objetivamente controlar.

As mudanças psicodinâmicas tornam-se aparentes. Inscrevendo-se nesta ótica, E.Brunel perseguiu uma pesquisa sobre o tema da tatuagem. Ela estabelece uma distinção entre dois tipos: "a tatuagem-econômica" que concerne à resposta a um conflito, e a " tatuagem-mosaica" pela qual o sujeito está numa dimensão onde seu corpo torna-se o objeto de um posicionamento estético. A aplicação do teste de Szondi guia e esclarece este estudo, e permite separar as combinatórias pulsionais particulares nas duas categorias definidas. Certos vetores são propícios a esclarecer a diferencial e particularmente o vetor de Contato cuja falha da estruturação está na base da problemática do sujeito tatuado. A " tatuagem-econômica" assinala a incapacidade do sujeito de separar-se, e a tatuagem toma então o valor da recusa contra a perda. Sua leitura, entre metáfora e metonímia, testemunha o que vem salvaguardar. Para os sujeitos inscritos numa conduta de " tatuagem-mosaica" , o teste de Szondi traduz uma avidez para assegurar-se ao máximo das coisas fortemente apreciadas a fim de obter a segurança que dá a possessão. O sujeito está insatisfeito, procura sempre oura coisa sem saber o que, desejoso de uma transformação contínua do seu ambiente ao qual seu corpo se apega pela projeção : procura o novo, na ilusão de que em alguma parte existe

alguma coisa suscetível para satisfazê-lo, abrindo o caminho para a criatividade e a inventividade.As dificuldades observadas no nível dos vetores periféricos não permitem aos sujeitos acederem a um ego madurobem estruturado. O ato da tatuagem constitui uma via de descarga das necessidades pulsionais expressas no vetor dos afetos.

Estes dois exemplos de aplicação testmunham uma utilização possível do método szondiano numa perspectiva não patológica.Um protocolo pode ser interrogado do ponto de vista operotrópico, e permite que se coloque em evidência o modo de funcionamento psíquico desenvolvido por um sujeito. O interesse por uma leitura deste estilo aparece no enquadramento de um estudo aplicado a um grupo de indivíduos que exercem uma atividade (profissional, esportiva ou outra ) e onde a unidade da amostra consiste nas características de uma escolha comum, a de praticar a atividade em questão.

O valor operatório, tal com pudemos experimentá-lo, permite-nos encarar as numerosas perspectivas da utilização do instrumento szondiano em domínios não explorados até hoje. A abordagem szondiana fornece um modelo de compreensão do fato antropológico e das suas diferente traduções nas condutas e nas representações.

Permite ao clínico estender seu olhar, trazendo-lhe um referencial teórico, um modelo de inteligibilidade diferente. Entretanto com o referencial Szondi temos um verdadeiro exemplo de não franqueamento do umbral da inovação.Entre as resitência, podemos lembrar aquelas que se conduzem sobre o material constituído de fotografias de um tipo antropométrico, assim como as que questionam as referências genealógicas iniciais.

Os exemplos das aplicações podem ser uma maneira de responder às críticas mais severas. Uma das soluções para que Szondi possa emergir é de levar os resultados, transmiti-los e apresentar o modelo szondiano aos estudantes.

Para os que participam do crédito desta técnica, uma das soluções é de pôr-se na rede, a fim de trabalhar, de trocar, de aprofundar as diferentes possibilidades que oferece a teoria szondiana. O Grupo de Estudos Szondianos de Montpellier é um exemplo de estratégia posta em prática para tornar a " tradição szondiana" inovadora.

Este artigo estava destinado a uma revista cujos leitores não são especialistas em Szondi até mesmo não o conhecem.

SZONDI L. (1947). Diagnóstico experimental das pulsões. Paris: P. U. F. (1973).

A ordem consiste em pedir ao sujeito para escolher 2 fotografias que lhe pareçam simpáticas, depois asduas que lhe pareçam antipáticas. O material compõe-se de 6 séries de 8 fotografias que representam os doentes mentais retratados em sua fisionomia. As 8 entidades são: a mania (m), a depressão (d), a esquizofrenia paranóide (p), a esquizofrenia catatônica (k), a epilepsia (e), a histeria (hy), o sadismo (s), o hermafrodismo (h).

DE WAELHENS A. (Sujeito e sitema no pensamento de Szondi. Szondiana 8, pp. 301-313.

LEGRAND M. (1979). Léopold Szondi: seu teste, sua doutrina. Bruxelas : Mardaga

LEGRAND M. (1979). Léopold Szondi: seu teste, sua doutrina. Bruxelas : Mardaga.

dialética intrafatorial, intravetorial, centro-periférica, plano-anteror / plano-de-trás.

GAYRAL A. (1994). O mal agudo das montanhas. Análise psicopulsional de desportistas pelo teste de

Szondi. Tese de D. E. A. Adaptação, Desenvolvimento, Desportos e Saúde sob a direção do Professor

Jacques Birouste, Universidade Paul Valéry, Montpellier III.

BRUNEL E. (1995). As funções da tatuagem. Tese de Mestrado de Psicologia clínica, sob a direção

do Professor Jacques Birouste, Universidade Paul Valéry, Montpellier III.

HOMO XXXIV , Inovação-Criação, pp.127-133, 1996.

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Taduzido por Maria Lucia de Carvalho Accacio

ESSAI D` INNOVATION - LA DIFFUSION DU SZONDI

São Paulo,12 de abril de 1999.

c 1996-2000 Leo Berlips, JP Berlips & Jens Berlips, Slavick Shibayev